CAPÍTULO 10!

A primeira coisa que eu queria muito fazer, era mexer na máquina verde que mais me chamou a atenção quando cheguei aqui...

Aquilo parecia ser algo que produzia alimentos líquidos! - Fascinante! O que devo fazer? - Informações começaram a surgir... Uma máquina expresso, que interessante! Ela produzia café em forma líquida!!! Como os humanos conseguiram fazer aquilo? Imagens de café em grãos vinham em minha mente e eu não conseguia imaginar como ele podia virar água ali dentro... - Certo, Então acho que é só ... girar isso aqui e ...

A máquina soltou um leve "piiii" e começou a aquecer. Em alguns instantes, uma chuva de café quentinho e molhado começou a cair de um caninho, dentro de uma caneca muito bem posicionada e fofa. O aroma naquela cozinha me fazia flutuar, que perfume! - Agora eu preciso misturar leite, Alana disse que ficaria bom! Imagens de cafés decorados com leite surgiam na minha mente, se misturando com aquele cheiro fabuloso!

Peguei a jarra na geladeira, e comecei a despejar dentro da caneca... - Acho que eu consigo fazer alguma coisa aqui - Parecia fácil!

... Mas só parecia mesmo! Por que raios fui tentar segurar a caneca na ponta dos dedos? Derramei leite em tudo, no chão, nos pés, na bancada, e tão pouco dentro da caneca!

-Realmente é difícil.... Não sei como esses humanos conseguem essas facanhas! Olhe só, vou ter que limpar tudo isso agora...

Ao bater os olhos na caneca, pude visualizar uma mancha de leite que se parecia com um ursinho, e até fiquei satisfeita com aquele feito - ha ha! Eu acho que me saí bem! - me gabei, esquecendo da sujeira que tinha feito.

Aquilo era só o início do meu dia, meu maior plano era me sentar no computador central que havia na casa, eu estava de olhos dele desde o primeiro dia. Será que é parecido com o que tinha na minha nave? Me aproximei, sentei-me na cadeira frente a ele e fui apertando o botão de ligar, enquanto ia recebendo mais informações sobre aquela máquina na minha mente.

-Huuumm vejamos .... - parecia que eu estava tendo uma aula mental de informática a cada passo que as coisas iam progredindo - talvez eu posso pesquisar sobre onde encontrar materiais para criar uma nave ... Foi então que achei uma pasta com o nome da Alana - o que será que ela faz aqui ... - pensei, clicando no ícone.

A pasta se abriu e vários arquivos foram aparecendo, vários documentos de escrita, com nome de livros... Abri um - Os contos de Ademilson - por Alana P. - era o título.

-Ela escreve livros? - me perguntei. Comecei a ler e de repente estava tão presa que nem sabia quantas horas havia ficado ali - ... "E então ele engoliu seu orgulho e disse ao filho: meu filho, eu te amo, porém tenho que lhe contar a verdade que escondi durante toda a minha vida ..." - fui interrompida - nossa, você está tão concentrada que nem me ouviu entrando hein - disse Fernando surgindo do nada atrás de minha pessoa.

-Não acredito, o que você esta fazendo aqui outra vez? - perguntei.

-Dessa vez eu não vim atrás da Lana, vim atrás de você! - disse ele.

Eu ri - Aham, claro... O que você iria querer comigo? Não sou nada sua, Alana é.

-Exatamente, você não é nada minha, nem da Lana, diz ser amiga, mas trata mal o namorado dela, vive querendo que eu vá embora enquanto você esta sozinha e agora eu vejo o porque, estava mexendo em coisas que não eram suas....

Eu estava realmente cansada dele... Um grande intrometido isso é o que ele é. - Desculpe Fernando, mas eu não tenho tempo pra perder com você, não vou ficar discutindo como ontem, você simplesmente não me dá outra opção... - Posicionei meu corpo, levando as mãos à cabeça e...

Estava na hora de silenciá-lo. Pelo menos por um tempo... Comecei a emitir ondas diretamente ao seu cérebro, que as recebeu perfeitamente. Ele começou a sentir-se tonto e muito cansado - o que esta acontecendo comigo .... - ele perguntou - de repente não me sinto bem...

-Ai meu Deus! - fingi me importar - você não me parece bem mesmo!!! Esta pálido, pobrezinho! Venha, sente-se aqui no sofá que eu vou pegar um sorvete pra você melhorar...

Assim que ele sentou, suas palpebras começaram a pesar de uma forma tão grande que instantaneamente caiu em um sono profundo.

-Ai ai ... - suspirei, me sentindo uma vitoriosa - você é um tolo, humano idiota. Tem é sorte por ser íntimo da Alana ou eu não teria sido tão piedosa.... Agradeça aos céus e aos seus deuses por tê-la em sua vida...

Ele não acordaria tão cedo. E ao acordar, não lembraria de nada. Fiquei olhando para aquela figura patética adormecida ao meu lado. Ele parecia tão fragil e tão mole.

-Que nojo! - eu sentia lá no fundo um desejo profundo de fazê-lo virar pó, mas não podia... Não podia ou não queria? Por consideração a Alana ou porque algo dentro de mim estava mudando?

-Malditos humanos, estão me infectando com sua fraqueza! Eu preciso ir embora o quanto antes!

Continua...